Institucional
QUEM TEM HISTÓRIA LUTA PELO FUTURO
SEEB nasce do desejo de melhores condições de trabalho para os bancários
Em 29 de abril de 1983 foi realizada a assembleia que fundou a Associação dos Bancários de Ipatinga. Os bancários João Miranda (Banco Real), Alaor (Credireal), Silvano (Banco do Estado de Minas Gerais), João Magno (Banco Nacional), Heloisa (Itaú), Wanderlúcio (Banco do Brasil), e outros companheiros que sentiam diariamente os problemas e dificuldades sofridos pela categoria bancária criaram a Associação. Naquela época, as dificuldades eram imensas, a perseguição aos movimentos sociais era terrível, muitos companheiros foram demitidos e perseguidos.
A diretoria provisória da Associação era composta por 24 membros (funcionários de bancos privados, estaduais e federais). Vários companheiros correram sérios riscos de serem demitidos, apesar de todo o silêncio e de toda a precaução para não se exporem antes da formação efetiva para sindicato.
Mas, com muita luta e coragem, os companheiros prosseguiram e em 08 de maio de 1984 a Associação recebe a Carta Sindical e o reconhecimento como Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Ipatinga (SEEB Ipatinga). Esse período foi marcado pela repressão nas agências, nas quais os bancários eram ameaçados de demissão por se filiarem ao Sindicato. Mesmo assim, com muita luta e conscientização da importância da participação de todos, foi realizada a primeira eleição do Sindicato e no dia 11 de setembro de 1984. Ainda, em meio às repressões, os bancários não deixaram de mostrar sua união nas lutas e sua alegria nas comemorações e reuniões propostas pelo Sindicato recém-formado.
As assembleias da categoria aconteciam na Igreja Cristo Rei, no Centro, e a participação dos bancários era grande. A partir deste momento a maior preocupação era a formação dos diretores, que só possuíam a garra e o desejo de lutar por melhores condições de vida e de trabalho. Contudo, com ajuda das entidades e sindicatos de outras categorias, os diretores foram se qualificando.
Então foi criado o Departamento Jurídico do Sindicato, e o pedido de liberação dos diretores, que expandiram a base territorial para 13 cidades que compõem a região do Vale do Aço.
A sede do sindicato funcionava à rua Ponte Nova, no Centro de Ipatinga. Em maio de 1985 sai o primeiro boletim da categoria feito em gráfica, pois até então eram datilografados. O “BASE BANCÁRIA”, como era chamado o informativo, começou circular e mudar a história dos bancários que agora tinham voz, e as denúncias de repressão e assédio começaram a aparecer.
Em 1985 foi marcada a participação dos bancários do Vale do Aço na grande greve nacional, onde a repressão feita pelos gerentes foi terrível, período em que a categoria era composta por mais de um milhão de bancários em todo país, com média de funcionários por agência girando em torno de 80 pessoas. Muito diferente de hoje, onde a média de funcionários caiu 80% e a maioria são gerentes. No Vale do Aço, 85% da categoria paralisou suas atividades em 12 de setembro. Em Coronel Fabriciano foram 40% e em Acesita-Timóteo a paralisação foi parcial.
Neste ano também o Sindicato fez uma importante parceria com o Ministério do Trabalho, iniciando um trabalho ostensivo de fiscalização das agências bancárias, verificando a jornada de trabalho e horas extras praticadas, horário de almoço, entre outras questões, que eram alvo de muitas denúncias por parte dos bancários.
Em 1986 o Sindicato filia-se a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e participa da greve nacional com 75% das agências em greve, com exceção do Banco do Brasil, que não aderiu ao movimento. Naquela época a campanha não era unificada; foi o período negro da história dos bancários, no qual ocorreram demissões em todo país.
Em 1987 o Sindicato ajuda a fundar o DNB (Departamento Nacional dos Bancários), que hoje é a CONTRAF. E participa da maior greve feita pelos bancários no país até o momento. A adesão na região chegou a 90%.
Em 1988 o Sindicato adquiriu a sede própria, situada à rua Jacarandá, 612 – Horto, onde funciona hoje em uma estrutura moderna e ampla, construída com muito trabalho e dedicação de todos.
Com o início da automação, máquinas de autoatendimento, PDV’S (Programa de Demissão Voluntária) principalmente nos Bancos Federais (Banco do Brasil e Caixa), intervenção do Banco Central, com extinção de bancos estaduais, Minas Caixa, Bemge, Credireal e outros. Fusões e incorporações, criação do PROER, e outros modelos de gestão voltados exclusivamente para o lucro, vem havendo redução de cerca de 50% postos de trabalho.
A nossa luta, bem como a nossa história, não tem fim. Um livro seria pequeno para contar nossa trajetória contra banqueiros, governos e crises. Mas a nossa expectativa é que a responsabilidade e o comprometimento da diretoria continuem pautados pelo respeito às prioridades dos bancários e bancárias no seu dia a dia e bem estar.